Olhando
para cima só se vê o céu, ele é o véu azul que esconde o infinito. O pensamento
ultrapassa o véu e se imagina mais ao léu. O infinito, a imensidão, distâncias e
espaços sem fim se combinam com o sem fim do tempo para a idéia abstrata da
eternidade. Na terra, para toda a humanidade a eternidade nunca está na
atualidade, ela está no futuro longínquo e sempre está além de qualquer era. As
épocas vividas pela humanidade são apenas divisões imaginárias do tempo que se
sucedem até ao infinito entendido como sendo a eternidade, um conceito apenas
imaginativo.
Nesta
época atual todos vivem suas vidas sem pensar no como foram às vidas dos que
viveram nas épocas anteriores. Não pensam que tais épocas passadas sempre foram
o repetir de milhões de pessoas nascerem, viverem e morrerem. Tudo o que
desejaram a morte os destituiu do que conseguiram ser e obter. Tudo, ambições,
posses, títulos, honrarias, fama, fortuna, poder, família, crenças, filosofias,
vaidades e esperanças, que, como todas as outras ilusões ficaram no mundo sem
os seus “possuidores” porque eles foram recolhidos pela morte. Por que
encontrar importância no que se pensa que se possui se sempre nada se tem de
verdade a não ser a vida a ser vivida, embora, ela seja efêmera e transitória?
Conforme
sabemos, todas as nossas preocupações, nossos temores, nossas tristezas, nossas
decepções, bem como as nossas alegrias, nossos triunfos e nossas felicidades, tudo
é passageiro. Para a época depois desta nossa, nós também seremos os desaparecidos
e os esquecidos da época anterior. Existem pessoas que não acreditam em
destino, entretanto, neste fato, todos nós estamos “destinados” a desaparecer e
sermos completamente esquecidos como se nunca tivéssemos existido. Nada
diferente daqueles de épocas passadas. Se existisse algum consolo, ele seria o acreditar
num encontro ou reencontro de todos lá pelo final de todos os tempos donde mora
a romântica eternidade. Na jura eterna dos casais de enamorados.
Altino
Olimpio
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